A lesão parcial do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) representa de 10 a 27% do total de lesões deste Ligamento. O comportamento delas é bastante variável, pois, em tese, o paciente pode ter 10% como pode ter 90% das fibras acometidas. Além disso, o remanescente do ligamento pode ou não ser suficiente para manter a função do ligamento original.
Segundo estudo de F. Noyes, a lesão parcial do ligamento torna-se insuficiente quando mais do que 50 a 75% das fibras do ligamento estão comprometidas. O problema é que exames de imagem, como a ressonância magnética, nem sempre são claros para avaliar quanto sobrou do ligamento e muito menos para avaliar sua suficiência.
Muitas vezes, parte das fibras podem permanecer no lugar e dar a aparência de que estão preservadas, quando de fato estão soltas do osso. Assim, é importante considerar o exame físico e as queixas do paciente antes de se decidir pelo tratamento.
Como regra geral, seguimos esta abordagem com pacientes em que ressonância magnética mostra uma lesão parcial do LCA:
- Pacientes com instabilidade clinicamente observada nos testes clínicos (testes de Lachman, Pivot Shift) devem ser tratados de forma idêntica aos que têm a lesão completa do Ligamento Cruzado Anterior;
- Pacientes com o joelho estável nos testes descritos acima devem iniciar o tratamento sem cirurgia, com foco em recuperar a dor, a mobilidade e o controle neuromuscular. Caso o paciente persista com falta de segurança no joelho, é indicado o tratamento cirúrgico.
- Pacientes com joelho estável nos testes clínicos e sem queixa de instabilidade devem ser tratados sem cirurgia.
Infelizmente, estudos como o de Sonnery-Cottet mostram que apenas 21% dos pacientes com exames de imagem sugestivos de lesão parcial apresentaram de fato uma lesão incompleta do LCA, com o restante dos pesquisados tendo o remanescente insuficiente durante a avaliação artroscópica.
Além disso, pessoas com lesão parcial e que retornam para esportes considerados de risco para o ligamento, ficam com o ligamento mais fraco e têm alta probabilidade de romperem completamente o ligamento em um trauma posterior.
Cirurgia
Tecnicamente, a lesão parcial do Ligamento Cruzado Anterior pode ser tratada de duas formas. A primeira considera que o remanescente tem boa qualidade, mas está insuficiente. Nesse caso, o ideal é preservar a parte do ligamento que permanece íntegro e fazer um reforço com a utilização de um enxerto.
Na segunda, julga-se que o remanescente está frouxo. Assim sendo, ele é retirado e o ligamento é refeito da mesma forma que um ligamento completamente rompido. Nos dois casos, a decisão é feita apenas durante a cirurgia, após a avaliação do ligamento por artroscopia.
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Existem duas formas de se fazer isso:
Consulta presencial no consultório ou Consulta por telemedicina